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Eusébio Martins da Cunha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Eusébio Martins da Cunha
Eusébio Martins da Cunha
3.° Prefeito de Porangatu
Período 1 de maio de 1953 a 31 de janeiro de 1957
Vice-prefeito Cargo vago
Antecessor(a) Ângelo Rosa de Moura
Sucessor(a) Ângelo Rosa de Moura
Dados pessoais
Nascimento 15 de dezembro de 1892
Descoberto da Piedade, Pilar de Goiás, Goiás, Brasil
Morte abril de 1980 (87 anos)
Goiânia, Goiás, Brasil
Progenitores Mãe: Paula Correia de Miranda
Pai: Antônio Martins da Cunha
Cônjuge Augusta Tavares (19??)
Augusta Fagundes Furtado (19??-1980)
Partido UDN (1945-1948)
PSD (1948-1964)
Religião Católico
Residência Rua da Entrada Sul (atual Av. Dunga), Porangatu, Goiás
Assinatura Assinatura de Eusébio Martins da Cunha

Eusébio Martins da Cunha[nota 1] (Descoberto da Piedade, 15 de dezembro de 1892 Goiânia, abril de 1980) foi um político e pecuarista goiano que serviu como segundo prefeito eleito de sua terra natal, Porangatu, sendo o primeiro natural do município a exercer esse cargo. Seu principal feito foi comprar a Fazenda Tupaciguara, de 200 alqueires, para a construção de novos setores do município e buscar por vias do governo estadual, a expansão de terrenos para patrimônio do município, o que foi obtido na lei n.º 780 de 1953.[1][2][3][4] Ele faleceu após ser atropelado e levado à Goiânia em abril de 1980, sendo postumamente homenageado na nomeação da Escola Municipal homônima.[5]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Eusébio Martins da Cunha nasceu na então vila do Descoberto da Piedade no dia 15 de dezembro de 1892. Ele é o natural de Porangatu mais velho que se tem registro. Sua família era de origem mineira e se encontrava no povoado desde a década de 1860. Seu avô paterno era o responsável pela migração de Araxá ao Descoberto, este era o coronel da Guarda Nacional, Tomaz Martins da Cunha. Seu pai, Antônio Martins da Cunha exerceu a função de presidente da Mesa Eleitora (órgão responsável por qualificar eleitores, chefiado pelo juiz de paz mais bem votado da circunscrição)[6] durante a eleição presidencial no Brasil em 1891 e suas respectivas eleições estaduais. Seu pai exerceu ainda, a função de quarto juiz distrital de 1909 até 1913, quando faleceu.[7] Sua mãe, Paula era da família Correia de Miranda, vinda da cidade de Pilar.[7]Eusébio era o filho mais novo do casal. Eusébio auxiliava nos trabalhos campesinos e mantinha uma vida pública bastante ligada ao arraial do Descoberto, sendo um católico, ele participava de vários eventos religiosos, incluindo a Folia de Reis local, na qual ele chegou a ser coroado imperador em 1942.[1]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Primeiras filiações partidárias e candidato a prefeito de Porangatu em 1948[editar | editar código-fonte]

Eusébio era inicialmente filiado ao diretório regional da União Democrática Nacional. Devido desavenças pessoais e políticas com Ângelo Rosa de Moura[8], ele saiu da UDN e adentrou ao Partido Social Democrático, no ano eleitoral de 1948, época em que se deu a emancipação política de Porangatu, por meio da Lei Ordinária n.º 122/25-08-1948.[9]

À época, o presidente municipal do PSD, Adelino Américo de Azevedo, foi nomeado subprefeito e prefeito de transição, respectivamente. Azevedo presidiu a eleição municipal de Porangatu em 3 de outubro de 1948 e nessas disputaram Eusébio (pelo PSD) e Ângelo Rosa (pela UDN). O candidato udenista venceu e tomou posse como primeiro prefeito eleito em 1° de maio do ano seguinte.[7]

Músicas da primeira campanha de Eusébio[editar | editar código-fonte]

Durante essa disputa eleitoral, foram criadas algumas músicas de campanha, iniciadas pelo PSD e rebatidas pela UDN, sendo essas:

"Sr. Euzébio que modo é este
Venha logo pra cidade,
Assistir sua vitória
Que é coisa de verdade."

A UDN rebateu:

Sr. Euzébio que modo é este
Venha logo pra cidade,
Assistir sua derrota
Que é coisa de verdade.

Em sequência, o PSD respondeu com outras duas:

Ângelo Rosa
Tocador de Berimbau,
Não tem pai nem mãe
Nasceu no oco do pau.
Vamos, vamos, minha gente
Votar no PSD
É um povo reunido
Lutaremos até vencer
Os pobres dos udenistas,
Estão cansados de chorar,
No dia 3 de outubro
O PSD vai ganhar.

Os udenistas responderam com:

Varre, varre vassourinha
Varre, varre pra valer
Varre a sujeira do PSD.

Por fim, o PSD devolveu com uma nova marchinha, a última de que se tem registro[7]:

Estes udenistas
São cheios de prosa,
Se existe sujeira
É de Ângelo Rosa.

Segunda campanha eleitoral e segundo prefeito eleito de Porangatu (1953-1957)[editar | editar código-fonte]

Como a Constituição brasileira de 1946, proibia reeleições, Eusébio Martins não disputou novamente com Ângelo Rosa. Ele venceu em 3 de outubro de 1952. Eusébio tomou posse em 31 de janeiro do ano seguinte.

Porangatu durante o fim da gestão Eusébio Martins.

Seus principais feitos incluem a expansão territorial e urbana do município de Porangatu, incluindo a compra de uma fazenda, Tupaciguara, com 200 alqueires, para tal propósito.[7] Também foram finalizados os projetos do primeiro mandato de Ângelo Rosa, incluindo a Cadeia Pública, cujo prédio abrigaria a Prefeitura e o Fórum Público do Munícipio. Nomeou Rodes Matos Martins como seu secretário municipal de Governo[10], tendo um recluso secretariado de 6 membros.

Foi construída a pavimentação térrea do Fórum, comprou um trator TD-9, um caminhão GMC e por fim, o jurista Silos Rodrigues é nomeado Juiz de Direito da comarca em 1954.[7] Durante o final de seu mandato, a gestão possuía seiscentos cruzeiros, ao entregar a Prefeitura novamente a Ângelo Rosa, Cunha o fizera com o quantitativo de oitenta e dois mil cruzeiros. O PSD escolheu o ex-juiz distrital, Antônio Navarro de Abreu para disputar contra o udenista, que acabou derrotado.[11]

Morte[editar | editar código-fonte]

Em 1980, afastado da vida pública como muitas outras lideranças da cidade, em especial, devido a instauração da ditadura militar e a dissolução do PSD, Eusébio sofreu um atropelamento em Porangatu. Ele foi transferido para Goiânia, porém acabou falecendo em abril.[7] Devido o governo do arenista, Trajano Machado Gontijo Filho, Martins da Cunha só chegou a ser homenageado postumamente em 1985, com a criação da Escola Municipal Euzébio Martins da Cunha, funcionando até a atualidade.[12] O fato ocorreu no segundo governo de João Gonçalves dos Reis.[7]

Notas e referênciasNotas
  1. A grafia original do nome do biografado, Euzébio Martins da Cunha, deve ser atualizada conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943, por seguir as mesmas regras dos substantivos comuns (Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico de 1943). Tal norma foi reafirmada pelos subsequentes Acordos Ortográficos da língua portuguesa (Acordo Ortográfico de 1945 e Acordo Ortográfico de 1990). A norma é optativa para nomes de pessoas em vida, a fim de evitar constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se possa utilizar a grafia arcaica no foro privado (Formulário Ortográfico de 1943, IX).
Referências
  1. a b GOIANINHO, Euclides de Souza (1999). Memórias e Tradições: Registro do Pioneirismo, das Artes e das Manifestações Folclóricas de Porangatu- Goiás. Porangatu: Valadares. p. 262 
  2. «Ex-prefeitos em galeria: homenagem». Jornal Diário do Norte. Consultado em 5 de junho de 2023. Cópia arquivada em 5 de junho de 2023 
  3. «Ex-primeiras-damas e atual são homenageadas». www.jornaldiariodonorte.com.br. Consultado em 5 de junho de 2023. Cópia arquivada em 5 de junho de 2023 
  4. «Lei Ordinário n.º 780/01-10-1953». Casa Civil de Goiás. Consultado em 9 de junho de 2023. Cópia arquivada em 9 de junho de 2023 
  5. «ESCOLA MUN. EUZÉBIO MARTINS DA CUNHA – Prefeitura de Porangatu». Prefeitura Municipal de Porangatu. Consultado em 5 de junho de 2023. Cópia arquivada em 5 de junho de 2023 
  6. «2º título eleitoral- 1890». Tribunal Superior Eleitoral. Consultado em 8 de junho de 2023. Cópia arquivada em 8 de junho de 2023 
  7. a b c d e f g h REIS, João Gonçalves dos (2017). Descoberto da Piedade. Goiânia: Cânone. pp. 74–75: 120–122; 162–165. ISBN 978-85-8058-088-4 
  8. «A História Da Resistência Dos Posseiros De Porangatu-Go (1940-1964)». Universidade Federal de Goiás. 2003. p. 58. 128 páginas. Consultado em 10 de junho de 2023. Cópia arquivada em 9 de junho de 2023 
  9. «Lei Ordinária n.º 122/25-08-1948». Casa Civil de Goiás. 2019. Consultado em 10 de junho de 2023. Cópia arquivada em 9 de junho de 2023 
  10. «Leis». Câmara de Porangatu. Consultado em 5 de julho de 2024 
  11. «EX PREFEITOS DE PORANGATU». Câmara de Porangatu. Consultado em 4 de julho de 2024 
  12. «PREFEITA DE PORANGATU ASSINA ORDEM DE SERVIÇO PARA REFORMA E AMPLIAÇÃO DA ESCOLA MUNICIPAL EUZÉBIO MARTINS DA CUNHA – Prefeitura de Porangatu». porangatu.go.gov.br. Consultado em 1 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 1 de agosto de 2023