A atriz Alba Regina Tavares interpretou uma dançarina de pole dance na novela Terra e PaixãoRodrigo Lopes

A atriz Alba Regina Tavares é dona de um corpão, talento e destaque na carreira. E na contramão do que muita gente pensa sobre uma mulher com mais de 50 anos, a artista se tornou símbolo ao interpretar uma dançarina de pole dance na novela “Terra e Paixão”. A atividade faz parte da sua vida há 10 anos.

Assim como para Alba, essa é a nova realidade feminina: mulheres independentes, lindas e com a autoestima lá em cima.

Filha de nordestinos, Alba é carioca e moradora do Rio Comprido. A artista coleciona papéis e participações em outras produções, como as novas “Beleza Pura”, “Sete Pecados” e “Caras e Bocas”. No cinema, fez participação no longa “Desapega”, dirigido por Hsu Chien e estrelado por Glória Pires.
Beleza, talento e força ela tem de sobra. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa mulher que inspira outras mulheres? Confiram a entrevista completa!

Conta um pouco da sua história?
Sou filha de mãe nordestina que veio para o Rio com 16 anos para “melhorar de vida”. Ela trabalhou como empregada doméstica, manicure e quando conheceu meu pai engravidou, mas ficou pouco tempo casada e teve que dar conta de tudo sozinha. Foi praticamente mãe solo desde sempre e é meu espelho de guerreira e mulherão. O desejo de ser atriz surgiu quando uma amiga da família me levou ao teatro para assistir o infantil “Chapeuzinho Vermelho”. O amor ao palco despertou imediatamente, mas infelizmente minha família não tinha condições de bancar esse sonho. Então, meus planos sempre foram estudar e trabalhar para ajudar minha mãe e assim que pude fui estudar artes cênicas. Esse sonho foi muito adiado, pois os cursos são muito caros. Fiz Tablado, Cal e Casa de Cultura Eduardo Cabus, onde me profissionalizei.

Como decidiu praticar o pole dance?
Sempre tive vontade de aprender pole dance, mas confesso que não me achava capaz. Até que um dia, desfilando pelo Salgueiro, vi que colocaram dançarinas em cima de um carro alegórico praticando pole e foi incrível. Nessa ocasião, tive contato com uma professora que me incentivou a fazer. Tomei coragem, me apaixonei e nunca mais parei (isso faz quase 10 anos!). Não imaginava que seria convidada para o horário nobre justamente por ter o diferencial do pole dance. Sempre pensei na atividade como uma distração, mas que trabalhava o corpo todo. Sobre o preconceito, ainda há homens que acham que o pole é simplesmente uma prática de sedução, que as mulheres usam em boates. Mas existem várias modalidades e uma delas é a acrobática, a que gosto mais. Infelizmente, como em qualquer área, existem pessoas que preferem falar do que não entendem. Procuro incentivar todas as mulheres que, assim como eu pensei um dia, também não se acham capazes. Qualquer pessoa pode praticar essa atividade que é tão apaixonante.

Como lida com o etarismo?
A idade é apenas um detalhe e tudo que você quiser fazer, se tiver vontade, dedicação e disciplina é possível sim. Claro que sempre vai existir alguém para te dizer que você não tem mais idade para aquilo. Mas isso não é problema seu e sim de quem é preconceituoso. Muitas pessoas ainda não perceberam que etarismo é um assunto bem chato, não cabe a ninguém dizer o que você é capaz ou não. Acredito que se você quer de verdade, a idade é apenas um detalhe.

Quais são os próximos projetos na carreira?
Após o término da novela “Terra e Paixão” participei das filmagens do longa “Tiro Certo”, que está previsto para estrear nas telonas em novembro. Participei também do curta metragem “De novo?”. São projetos incríveis e que me deixaram muito feliz. Pretendo continuar trilhando o caminho da arte em busca de novas oportunidades e em um futuro próximo, penso em investir em produções próprias, tanto no teatro quanto no cinema. Gostaria muito de poder fazer uma personagem de peso, talvez uma vilã.

Você se acha um mulherão?
Me inspiro todos os dias na minha mãe em busca de ser esse “mulherão” que as pessoas idealizam. Mas sim, acho que já superei muitos obstáculos e o fato de ter me tornado independente, dona das minhas vontades e sem depender de ninguém para realizar meus sonhos, sim sou um “mulherão”. Acho que todas nós mulheres, cada uma dentro de seus limites, somos. Só que para algumas ainda é um pouco difícil dar o primeiro passo em busca de sua liberdade, não só financeira, mas principalmente emocional. O que tenho a dizer para essas mulheres é: Vá em frente, acredite nos seus sonhos e nunca deixem ninguém lhe dizer que o seu sonho não é possível. Se você quiser de verdade, lutar e acreditar, mais cedo ou mais tarde você vai perceber que, com força de vontade, disciplina e fé em Deus tudo é possível.
E você, leitora, se acha ou conhece um mulherão que gostaria de homenagear contando a sua história?
Todos os dias nos deparamos com uma mulher que segue pela vida e vai deixando sua história inspirando outras mulheres. Envie para a gente pelo e-mail gardeniaodia@gmail.com.