Gregor Strasser: diferenças entre revisões

Gregor Strasser nasceu em 31 de maio de 1892 na família de um oficial de justiça católico que viveu na cidade mercante de Geisenfeld na [[Alta Baviera]]. Ele cresceu ao lado de seu irmão mais novo [[Otto Strasser]], considerado o mais intelectualizado do dois. Strasser freqüentou escolas locais e, depois de prestar exames finais, encontrou um emprego como aprendiz junta à um farmacêutico na aldeia de Frontenhausen entre 1910 e 1914.{{sfn|Evans|2004|p=202}}{{sfn|Wistrich|2013|pp=246–247}}

Quando a guerra irrompeu na Europa em [[1914]], Strasser suspendeu seus estudos na Universidade Ludwig Maximilians de [[Munique]], para alistar-se como voluntário no exército imperial alemão. Ele serviu no primeiro regimento de artilharia bávaro, chegando ao posto de [[primeiro-tenente]] ao conquistar a medalha da Cruz de Ferro de ambas as classes por bravura. Em 1918, ele retomou seus estudos na [[Universidade de Erlangen-Nuremberga]], e logo após 1919, quando foi aprovado no exame de proficiência, começou a trabalhar como farmacêutico em [[Landshut]].{{sfn|Hamilton|1984|p=347}}

Em 1919, Strasser e seu irmão se juntaram ao grupo de [[direita política]] conhecido como "[[Freikorps]]", liderados por [[Franz von Epp]]. O objetivo do grupo era suprimir o [[comunismo]] na Baviera. Ele estabeleceu e comandou o ''Sturmbataillon Niederbayern'' ("Batalhão de Assalto da Baixa Baviera"), com o jovem [[Heinrich Himmler]] empregado como seu ajudante. Em março de 1920, os Freikorps de Strasser estavam prontos para participar do fracassado [[Kapp-Putsch]], enquanto seu irmão Otto virou-se para a [[esquerda política]] e ajudou a combater aquele [[golpe de Estado]].{{sfn|Wistrich|2013|pp=246–247}}

Em meados dos anos 1920, o apoio ao Partido Nazista estava caindo conforme a hiperinflação acabava e a economia dava sinais de melhora. Strasser acreditava que o partido poderia recuperar a sua popularidade se o movimento fosse liderado de forma menos ditatorial. Ele apresentou suas idéias para Hitler na [[Conferência de Bamberg]] em 1926. Não houve, no entanto, um debate; Hitler meramente fez um monólogo de uma hora repudiando as propostas de Strasser apenas para, em seguida, ser saudado por seus partidários{{sfn|Stachura|2014|pp=64–65}}

No final de abril de 1930, Hitler publicamente e firmemente anunciou sua oposição a Gregor Strasser e nomeou [[Joseph Goebbels]] para substituí-lo como líder da máquina de propaganda do Reich. Um dos primeiros atos de Goebbels foi proibir a edição da noite do ''Nationaler Sozialist'' (um jornal publicado pelos irmãos Strasser).{{sfn|Longerich|2015|pp=100–101}}{{sfn|Fulbrook|2014|p=45}} Gregor exigia uma revolução no Partido Nazista, pois acreditava em uma espécie de anti-capitalismo [[socialismo|socialista]], mesmo que de caráter nacionalista.

A rivalidade ideológica e pessoal com Hitler piorou dramaticamente, quando o chanceler [[Kurt von Schleicher]] ofereceu a Strasser os cargos de Vice-Chanceler da Alemanha e primeiro-ministro da Prússia em 1932. Schleicher esperava desunir o Partido Nazista com a ajuda de Strasser e puxar a ala esquerda do Partido Nazista para o seu lado "nacional conservador", de modo a evitar uma completa tomada de poder da parte de Hitler. Adolf Hitler ficou furioso com este episódio e exigiu que Strasser recusasse a oferta de Schleicher.{{sfn|Nicholls|2000|p=253}}

Strasser finalmente abandonou o partido nazista em dezembro de 1932, e Hitler aproveitou-se deste fato para afastar todos os oficiais nazistas fiéis à Strasser.{{sfn|British Broadcasting Corporation 2015}} Quando Hitler alcançou o poder em janeiro de 1933, seu partido começou a eliminar todas as formas de oposição aos nazistas da Alemanha. A "''lista de morte''" incluía qualquer pessoa considerada perigosa para a sobrevivência do novo regime. Gregor Strasser foi assassinado por tropas das [[SS]] de [[Himmler]] durante o massacre que viria a ser conhecido como a "[[noite das facas longas]]".