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'''Petricor''' ({{langx|el|πέτρᾱ||''pétrā''}}, [[Tradução|trad.]]: "pedra" + {{langx|el|ἰχώρ||''ichṓr''}}; [[Tradução|trad.]]: "fluido etéreo", "sangue dos deuses") é o [[aroma]] que a [[chuva]] provoca ao cair em [[solo]] seco. |
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O termo foi criado em 1964 por dois pesquisadores [[Austrália|australianos]], Bear e Thomas, para um artigo na revista ''[[Nature]]''.<ref>{{Citar periódico| ultimo = Bear| primeiro = IJ | coautores = Thomas, RG| ano = 1964 | mes = março |titulo = Nature of argillaceous odour|jornal = [[Nature]]| volume = 201|numero = 4923 | paginas = 993-95|lingua2 = en|doi = 10.1038/201993a0}}</ref> No artigo, os autores descrevem como o aroma deriva de um óleo produzido por certas plantas durante períodos de seca, que é então absorvido pela terra e por pedras [[argila|argilosas]]. Durante a chuva, o óleo desprende-se no ar juntamente com outro composto, a [[geosmina]], produzindo um cheiro característico. Em uma continuação do artigo publicada em 1965, Bear e Thomas demonstraram que o óleo retarda a germinação de sementes e a fase de crescimento inicial das plantas.<ref>{{Citar periódico| ultimo = Bear| primeiro = IJ | coautores = Thomas, RG| ano = 1965 | mes = setembro | titulo = Petrichor and plant growth|jornal = [[Nature]]|lingua2 = en|doi = 10.1038/2071415a0|numero = 5005 | |
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paginas = 1415-16 |volume = 207}}</ref> |
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[[Ficheiro:Solopetrolina.jpg|alt=Solo arenoso molhado por chuva, apresentando grãos bem definidos de areia. |miniaturadaimagem|Solo arenoso recentemente molhado por chuva. ]] |
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Ainda em 2015 cientistas do [[Instituto de Tecnologia de Massachusetts]] (MIT) utilizaram câmeras com capacidade de gravar em alta velocidade para entender melhor como o odor é liberado quando pequenas gotículas de água colidem com argila, argila arenosa, e franco-arenosa a geração de aerossóis é observada.<ref name="Não_nomeado-yBB5-1">{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-40728185 |titulo=O que produz aquele cheiro gostoso de chuva? |acessodata=2021-10-23 |jornal=BBC News Brasil |lingua=pt-BR}}</ref> Como descrito no estudo de Joung e Buie, as partículas normais de água da chuva tem cerca de 1-3 mm de diâmetro, e a forma dessas partículas não é sempre esférica; quando as partículas caem no solo com uma velocidade consistente de uma chuva leve, bolhas de ar que estavam presas dentro da bolha aparecem dentro da gotícula, quando a bolha estoura múltiplos jatos minúsculos de ordem de dezenas de micrômetros de diâmetro são ejetados do solo.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/ncomms7083 |titulo=Aerosol generation by raindrop impact on soil |data=2015-01-14 |acessodata=2021-10-23 |jornal=Nature Communications |número=1 |ultimo=Joung |primeiro=Young Soo |ultimo2=Buie |primeiro2=Cullen R. |paginas=6083 |lingua=en |doi=10.1038/ncomms7083 |issn=2041-1723}}</ref> As bolhas então explodem em um gás, produzindo gotículas líquidas extremamente finas que ficam suspensas no ar como o aerossol de um perfume.<ref name="Não_nomeado-yBB5-1"/> |
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Edição atual tal como às 17h46min de 24 de abril de 2024
Petricor (em grego: πέτρᾱ; romaniz.: pétrā, trad.: "pedra" + em grego: ἰχώρ; romaniz.: ichṓr; trad.: "fluido etéreo", "sangue dos deuses") é o aroma que a chuva provoca ao cair em solo seco.
O termo foi criado em 1964 por dois pesquisadores australianos, Bear e Thomas, para um artigo na revista Nature.[1] No artigo, os autores descrevem como o aroma deriva de um óleo produzido por certas plantas durante períodos de seca, que é então absorvido pela terra e por pedras argilosas. Durante a chuva, o óleo desprende-se no ar juntamente com outro composto, a geosmina, produzindo um cheiro característico. Em uma continuação do artigo publicada em 1965, Bear e Thomas demonstraram que o óleo retarda a germinação de sementes e a fase de crescimento inicial das plantas.[2]
Mecanismo[editar | editar código-fonte]
Ainda em 2015 cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) utilizaram câmeras com capacidade de gravar em alta velocidade para entender melhor como o odor é liberado quando pequenas gotículas de água colidem com argila, argila arenosa, e franco-arenosa a geração de aerossóis é observada.[3] Como descrito no estudo de Joung e Buie, as partículas normais de água da chuva tem cerca de 1-3 mm de diâmetro, e a forma dessas partículas não é sempre esférica; quando as partículas caem no solo com uma velocidade consistente de uma chuva leve, bolhas de ar que estavam presas dentro da bolha aparecem dentro da gotícula, quando a bolha estoura múltiplos jatos minúsculos de ordem de dezenas de micrômetros de diâmetro são ejetados do solo.[4] As bolhas então explodem em um gás, produzindo gotículas líquidas extremamente finas que ficam suspensas no ar como o aerossol de um perfume.[3]
O nariz humano é extremamente sensível à geosmina e é capaz de detectá-la em concentrações tão baixas quanto 400 partes por trilhão.[5] Alguns cientistas acreditam que os humanos apreciam o cheiro da chuva porque os ancestrais podem ter dependido do tempo chuvoso para sobreviver.[6]
- ↑ Bear, IJ; Thomas, RG (março de 1964). «Nature of argillaceous odour». Nature (em inglês). 201 (4923): 993-95. doi:10.1038/201993a0
- ↑ Bear, IJ; Thomas, RG (setembro de 1965). «Petrichor and plant growth». Nature (em inglês). 207 (5005): 1415-16. doi:10.1038/2071415a0
- ↑ a b «O que produz aquele cheiro gostoso de chuva?». BBC News Brasil. Consultado em 23 de outubro de 2021
- ↑ Joung, Young Soo; Buie, Cullen R. (14 de janeiro de 2015). «Aerosol generation by raindrop impact on soil». Nature Communications (em inglês) (1). 6083 páginas. ISSN 2041-1723. doi:10.1038/ncomms7083. Consultado em 23 de outubro de 2021
- ↑ Polak, E.H.; Provasi, J. (1992). «Odor sensitivity to geosmin enantiomers». Chemical Senses (1): 23–26. ISSN 0379-864X. doi:10.1093/chemse/17.1.23. Consultado em 27 de outubro de 2021
- ↑ Palermo, Elizabeth (21 de junho de 2013). «Why Does Rain Smell Good?». livescience.com (em inglês). Consultado em 27 de outubro de 2021