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Pastoreio Racional Voisin: diferenças entre revisões

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O primeiro e crucial passo é o que tem que ser dado pelo dono ou administrador da propriedade. Se ele não tiver certeza de que quer partir para um sistema de bases holísticas, que mudará profundamente a atividade da fazenda, então não deve ousar fazê-lo, pois as consequências serão negativas.
O primeiro e crucial passo é o que tem que ser dado pelo dono ou administrador da propriedade. Se ele não tiver certeza de que quer partir para um sistema de bases holísticas, que mudará profundamente a atividade da fazenda, então não deve ousar fazê-lo, pois as consequências serão negativas.
O veterinário não conhece, o agrônomo vai falar que isto não existe e os funcionários da fazenda vão boicotar o sistema caso o responsável não deixe claro que este é um caminho sem volta e reflete a decisão e interesse da fazenda.
O veterinário não conhece, o agrônomo vai falar que isto não existe e os funcionários da fazenda vão boicotar o sistema caso o responsável não deixe claro que este é um caminho sem volta e reflete a decisão e interesse da fazenda.
O gado passa a ser manejado a pé, o peão na frente, definindo o ritmo, sem nenhum instrumento que represente ameaça ao gado que vem atrás.. este já é um dilema cultural para o peão que aprendeu a tratar o gado à base do chicote no lombo, de cima de um cavalo e aos gritos, para mostrar quem manda, mesmo que isto não garanta o controle das rezes. Os animais mesmo tendo sido mal tratados desde o nascimento, após passarem por um treino num piquete junto ao curral, por de 1 a 3 dias, transformam-se em animais extremamente dóceis e obedientes. Em uma semana de manejo, o lote inteiro já está se comportando de forma surpreendente, se aproximando do manejador ao invés de fujir deste. Se comportam ao sair do piquete, que pode ter 1 hectare ou menos, e seguem de forma ordenada, atrás e no ritmo do manejador, até o próximo piquete. O tamanho dos lotes é definido por observaçao, à partir da definiçao do tamanho dos piquetes e tempo de permanência, além da observaçao do tipo do capim e estaçao de chuvas. Caso defina-se, por exemplo, piquetes de 100 X 100mts, manejo diário e que o capim comporta uma altura mínima de 40 cm, coloca-se uma quantidade qualquer de animais e vai-se ajustando a carga, diariamente, até que se chegue à carga exata para que sobre, ao fim do dia, 40 cm de altura de pastagem. A quantidade de piquetes também obedece o mesmo processo. A quantidade de piquetes deve ser igual à quantidade de dias que aquele piquete necessita para retornar à altura que estava antes do último corte. Se aquele pasto necessita de 40 dias para voltar à altura inicial, então precisamos de 40 piquetes de igual tamanho, para serem colhidos ao ritmo de 1 por dia.
O gado passa a ser manejado a pé, o peão na frente, definindo o ritmo, sem nenhum instrumento que represente ameaça ao gado que vem atrás.. este já é um dilema cultural para o peão que aprendeu a tratar o gado à base do chicote no lombo, de cima de um cavalo e aos gritos, para mostrar quem manda, mesmo que isto não garanta o controle das rezes. Os animais mesmo tendo sido mal tratados desde o nascimento, após passarem por um treino num piquete junto ao curral, por de 1 a 3 dias, transformam-se em animais extremamente dóceis e obedientes. Em uma semana de manejo, o lote inteiro já está se comportando de forma surpreendente, se aproximando do manejador ao invés de fugir deste. Se comportam ao sair do piquete, que pode ter 1 hectare ou menos, e seguem de forma ordenada, atrás e no ritmo do manejador, até o próximo piquete. O tamanho dos lotes é definido por observaçao, à partir da definiçao do tamanho dos piquetes e tempo de permanência, além da observaçao do tipo do capim e estaçao de chuvas. Caso defina-se, por exemplo, piquetes de 100 X 100mts, manejo diário e que o capim comporta uma altura mínima de 40 cm, coloca-se uma quantidade qualquer de animais e vai-se ajustando a carga, diariamente, até que se chegue à carga exata para que sobre, ao fim do dia, 40 cm de altura de pastagem. A quantidade de piquetes também obedece o mesmo processo. A quantidade de piquetes deve ser igual à quantidade de dias que aquele piquete necessita para retornar à altura que estava antes do último corte. Se aquele pasto necessita de 40 dias para voltar à altura inicial, então precisamos de 40 piquetes de igual tamanho, para serem colhidos ao ritmo de 1 por dia.


===Beneficios Indiretos===
===Beneficios Indiretos===

Revisão das 03h25min de 6 de junho de 2011

O Gado Bovino é um dos animais produzidos no PRV

Pastoreio Racional Voisin, também conhecido pela sigla PRV é uma técnica empregada na produção animal, idealizada pelo pesquisador francês André Voisin. Se constitui também em uma alternativa agroecológica para a criação de animais.

O PRV

Sistema Rotacionado

O insumo base do sistema Voisin é a energia solar, focando no potencial fotossintético das pastagens. Uma premissa básica do sistema PRV é a divisão das pastagens em piquetes, fazendo com que enquanto um deles está em uso, outros fiquem em descanso, favorecendo assim a fotossíntese, através do acúmulo das reservas tanto energéticas quanto protéicas nas raízes das plantas. É chamado racional, pois apesar do sistema ser rotacionado, não segue uma ordem pré-estabelecida. A troca de pastos segue uma análise fisiológica das pastagens de cada piquete.

Água

Outro ponto importante do PRV é a garantia de que haja água à vontade nos piquetes onde os animais se encontram. Um ponto chave é a utilização de bebedouros, que ficam à céu aberto à disposição dos animais. A utilização de bebedouros ao invés dos açudes, aumenta o nível sanitário do rebanho, pois nos bebedouros a àgua é sempre fresca e ciclada, ao contrário dos açudes, onde os animais, em especial os últimos a beberem água com urina e dejetos fecais.

Comportamento, Produtividade e Fertilidade

Também foi constatado nas criações em PRV que os animais dentro do sistema ficam mais dóceis, graças à abundância de água e alimento que tem à disposição. A ação das fezes e da urina que os animais depositam no piquete ao longo do dia também colabora para a manutenção da fertilidade das pastagens e também favorecem o surgimento de uma micro-fauna nos piquetes, como besouros, minhocas e centopéias. Esses e outros micro-organismos ajudam a manter o solo em boas condições. A implementação do PRV resulta em um grande salto de produtividade das áreas de pastagens através da introdução de espécies de forragem leguminosas, que tem alto valor protéico e se utilizam do Nitrogênio disponível no ar.

Implantação

O primeiro e crucial passo é o que tem que ser dado pelo dono ou administrador da propriedade. Se ele não tiver certeza de que quer partir para um sistema de bases holísticas, que mudará profundamente a atividade da fazenda, então não deve ousar fazê-lo, pois as consequências serão negativas. O veterinário não conhece, o agrônomo vai falar que isto não existe e os funcionários da fazenda vão boicotar o sistema caso o responsável não deixe claro que este é um caminho sem volta e reflete a decisão e interesse da fazenda. O gado passa a ser manejado a pé, o peão na frente, definindo o ritmo, sem nenhum instrumento que represente ameaça ao gado que vem atrás.. este já é um dilema cultural para o peão que aprendeu a tratar o gado à base do chicote no lombo, de cima de um cavalo e aos gritos, para mostrar quem manda, mesmo que isto não garanta o controle das rezes. Os animais mesmo tendo sido mal tratados desde o nascimento, após passarem por um treino num piquete junto ao curral, por de 1 a 3 dias, transformam-se em animais extremamente dóceis e obedientes. Em uma semana de manejo, o lote inteiro já está se comportando de forma surpreendente, se aproximando do manejador ao invés de fugir deste. Se comportam ao sair do piquete, que pode ter 1 hectare ou menos, e seguem de forma ordenada, atrás e no ritmo do manejador, até o próximo piquete. O tamanho dos lotes é definido por observaçao, à partir da definiçao do tamanho dos piquetes e tempo de permanência, além da observaçao do tipo do capim e estaçao de chuvas. Caso defina-se, por exemplo, piquetes de 100 X 100mts, manejo diário e que o capim comporta uma altura mínima de 40 cm, coloca-se uma quantidade qualquer de animais e vai-se ajustando a carga, diariamente, até que se chegue à carga exata para que sobre, ao fim do dia, 40 cm de altura de pastagem. A quantidade de piquetes também obedece o mesmo processo. A quantidade de piquetes deve ser igual à quantidade de dias que aquele piquete necessita para retornar à altura que estava antes do último corte. Se aquele pasto necessita de 40 dias para voltar à altura inicial, então precisamos de 40 piquetes de igual tamanho, para serem colhidos ao ritmo de 1 por dia.

Beneficios Indiretos

Devido ao respeito que é dado ao capim, da adubaçao natural concentrada, do corte parelho que permite que todas as folhas recebam a luz solar, existem algumas consequências indiretas fantásticas, à nivel de microbiologia: As falhas de plantio do capim são preenchidas, As plantas invasoras são controladas e passam a fazer parte da dieta dos animais, O solo , antes seco pelo pisoteio excessivo, passa a ser descompactado e volta a ser permeável, A cigarrinha perde as toçeiras de que precisa para incubar as suas larvas, Insetos especializados em processar e enterrar o esterco do gado surgem por todos os cantos, Pequenos cursos de água que foram extintos pelo rebaixamento do lençol por pisoteio voltam a brotar, Diminuem a ocorrencia de zoonoses, Dimunue a ocorrência da mosca-do-chifre, Entre tantas outras. Ocorre uma revoluçao na micro-fauna e flora da terra, e reaçoes quimicas começam a ocorrer e estimular a transformaçao e assimilaçao dos nutrientes.

Bibliografia

  • VOISIN, André. Dinâmica das pastagens: devemos lavras nossas pastagens para reformá-las? Trad. Prof. Luiz Carlos Pinheiro Machado. 2º ed. São Paulo. Mestre Jou, 1979
  • VOISIN, André. Produtividade do Pasto.: Trad. Norma B. Pinheiro Machado, revisão prof. Luiz Carlos Pinheiro Machado. 2º ed. São Paulo. Mestre Jou, 1981
  • MACHADO, Luiz Carlos Pinheiro. Pastoreio Racional Voisin: tecnologia agroecológica para o terceiro milênio. Porto Alegre: Cinco continentes, 2004. XXXi, 310 p.: il.

Ligações externas

Grupo de Pastoreio Voisin - UFSC

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