Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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'Não sabia se estava viva ou se estava morta. Não sentia nada no corpo', diz Tamara Klink sobre ter caído no mar

Velejadora foi a primeira mulher brasileira a cruzar o Círculo Polar Ártico em uma jornada solo

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A velejadora Tamara Klink afirma que uma das situações mais difíceis que viveu ao passar meses sozinha em um barco no Ártico foi ter caído no mar. "Eu não sabia se estava viva ou se estava morta. Só pensei: ‘Será que eu morri? Minha alma veio andando sozinha?’, porque eu não sentia nada no corpo", diz ela sobre a sensação que experimentou após conseguir sair da água e voltar ao veleiro.

Tamara detalhou o ocorrido em entrevista ao Fantástico (Globo), em edição que vai ao ar neste domingo (7). A velejadora foi a primeira mulher brasileira e a mais jovem navegadora do país a cruzar o Círculo Polar Ártico em uma jornada solo, seguindo os passos do pai, Amyr Klink.

Tamara Klink está sentada na proa do seu veleiro
A velejadora Tamara Klink - Rafael Bandeira/Divulgação

Após completar a travessia, Tamara passou o inverno na Groenlândia em seu veleiro Sardinha 2, mas sem navegar, porque o mar ao seu redor estava congelado. Ela também não tinha acesso à internet nem contato com outras pessoas na maior parte do período.

A queda na água ocorreu em um dia em que Tamara foi até a terra. Como a água perto da borda estava congelada, ela teria que fazer parte do trajeto a pé. "A maré tinha subido e uma grande parte da borda da placa tinha amolecido", relata. A velejadora conta que ficou um tempo procurando um local seguro para fazer a travessia.

"Escolhi um trecho onde tinham uns pedaços de gelo que pareciam maiores. Quando eu pisei num desses pedaços, ele abriu e eu caí na água. Não tive medo, não tive dor, não tive frio. Só tive uma concentração absoluta em encontrar uma maneira de sair da água o quanto antes", relata.

A velejadora relata que chegou à conclusão de que precisava voltar ao barco rapidamente para tirar a roupa, antes que ela ficasse congelada. Foi ao retornar ao veleiro que ela disse que não sentia "nada no corpo".

Na conversa com a apresentadora Poliana Abritta, ela também fala sobre os aprendizados que teve com a experiência de ficar meses isolada. "Uma coisa que eu sinto é sobre o sentido de estar viva. O sentido de viver. E a descoberta de que ainda existem lugares onde o que a gente aparenta importa menos do que o que a gente é, foi o que me permitiu me sentir tão livre."


PALAVRA

A escritora argentina Camila Sosa Villada recebeu convidados no evento de lançamento de seus livros "Tese sobre uma Domesticação" (Companhia das Letras) e "A Viagem Inútil" (Fósforo), realizado no Cineclube Cortina, em São Paulo, na noite de quarta-feira (3). O ator Caio Blat participou de uma leitura de trechos das obras com a autora, sob direção da atriz e diretora Maria Manoella.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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