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17/12/2001
-
20h26
FABRÍCIO VIEIRA
da Folha de S. Paulo, em Buenos Aires
Ameaças de saques de supermercados e piquetes causaram conflitos entre manifestantes e a polícia.
Na cidade de Rosário, dois policiais foram feridos durante confronto com manifestantes, que responderam à repressão policial com tiros e pedras.
Os manifestantes bloquearam uma avenida como forma de protesto contra a pobreza e a fome.
Em uma tentativa de saque na cidade de Quilmes, na Província de Buenos Aires, 150 policiais foram chamados para proteger a entrada de um supermercado. Cerca de mil desempregados reivindicavam a doação de alimentos para deixar o local.
Representantes dos desempregados foram recebidos por diretores do supermercado ameaçado para discutirem a doação de alimentos.
As duas principais centrais sindicais do país ameaçam organizar nova greve geral nesta semana.
Na última quinta-feira, o país parou com a greve geral, marcada pela violência. A greve desta semana pode durar 48 horas.
Mais uma greve voltou a perturbar a rotina dos argentinos ontem. Não circularam trens durante todo o dia, o que deixou o trânsito de Buenos Aires ainda mais congestionado. A greve foi motivada pelo corte de funcionários.
Desde sexta-feira, mais de 25 saques a supermercados já foram registrados em diferentes cidades argentinas.
A explosão do desemprego, que chegou a 18,3% em outubro, a segunda maior taxa da história, tem sido um dos motivos apontados por analistas como desencadeadores dos protestos.
A Secretaria de Segurança Pública de Buenos Aires divulgou nota em que qualifica de "preocupante" a atual onda de saques.
Hoje, nas Províncias de Mendoza e Entre Ríos, novos saques foram registrados. O problema levou os governadores e prefeitos das localidades mais atingidas anunciarem que distribuirão alimentos aos mais carentes.
Em Entre Ríos, mais de 400 pessoas, entre mulheres e crianças, saquearam um supermercado da rede Maxi, diante de um grupo de policiais, que se recusaram a enfrentá-los.
O supermercado Maxi estava fechado desde agosto, mas dispunha de um grande estoque de alimentos. Dirigentes do supermercado informaram que grande parte dos alimentos saqueados pode estar vencida.
O prefeito de Rosário, Hernes Binner, anunciou que doará mais de 20 mil cestas básicas.
"Os saques são consequência da aplicação sistemática de um plano econômico que castiga permanentemente a maioria dos argentinos", disse Binner.
No fim do governo de Raul Alfonsín, em 1989, os saques se tornaram rotineiros na Argentina. Mas, desde o final de seus governo, haviam se tornado raros.
Em Buenos Aires, a associação dos comerciantes voltou a realizar um "panelaço" hoje contra as medidas econômicas tomadas pelo governo. A restrição aos saques bancários sacrificou o comércio argentino, que chegou a registrar perda de vendas de até 80%.
"Como vou pagar o salário dos funcionários? Os mando embora?", perguntava Jorge Ocampo, dono de um restaurante no centro de Buenos Aires há mais de 12 anos.
"Nunca tive dias tão ruins nas vendas, nem no período da hiperinflação.""
A Frente Popular contra a Pobreza, uma ONG (organização não-governamental), organizou uma consulta popular sobre o desemprego. O movimento pede que o presidente Fernando de la Rúa aprove uma lei de seguro desemprego de US$ 380 para os chefes de família desempregados.
Mais de 2,5 milhões de argentinos já participaram da consulta, que começou no sábado. Os dirigentes da ONG querem levar o resultado da pesquisa ao governo ainda nesta semana.
Onda de saques a supermercados agrava tensão na Argentina
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da Folha de S. Paulo, em Buenos Aires
Ameaças de saques de supermercados e piquetes causaram conflitos entre manifestantes e a polícia.
Na cidade de Rosário, dois policiais foram feridos durante confronto com manifestantes, que responderam à repressão policial com tiros e pedras.
Os manifestantes bloquearam uma avenida como forma de protesto contra a pobreza e a fome.
Em uma tentativa de saque na cidade de Quilmes, na Província de Buenos Aires, 150 policiais foram chamados para proteger a entrada de um supermercado. Cerca de mil desempregados reivindicavam a doação de alimentos para deixar o local.
Representantes dos desempregados foram recebidos por diretores do supermercado ameaçado para discutirem a doação de alimentos.
As duas principais centrais sindicais do país ameaçam organizar nova greve geral nesta semana.
Na última quinta-feira, o país parou com a greve geral, marcada pela violência. A greve desta semana pode durar 48 horas.
Mais uma greve voltou a perturbar a rotina dos argentinos ontem. Não circularam trens durante todo o dia, o que deixou o trânsito de Buenos Aires ainda mais congestionado. A greve foi motivada pelo corte de funcionários.
Desde sexta-feira, mais de 25 saques a supermercados já foram registrados em diferentes cidades argentinas.
A explosão do desemprego, que chegou a 18,3% em outubro, a segunda maior taxa da história, tem sido um dos motivos apontados por analistas como desencadeadores dos protestos.
A Secretaria de Segurança Pública de Buenos Aires divulgou nota em que qualifica de "preocupante" a atual onda de saques.
Hoje, nas Províncias de Mendoza e Entre Ríos, novos saques foram registrados. O problema levou os governadores e prefeitos das localidades mais atingidas anunciarem que distribuirão alimentos aos mais carentes.
Em Entre Ríos, mais de 400 pessoas, entre mulheres e crianças, saquearam um supermercado da rede Maxi, diante de um grupo de policiais, que se recusaram a enfrentá-los.
O supermercado Maxi estava fechado desde agosto, mas dispunha de um grande estoque de alimentos. Dirigentes do supermercado informaram que grande parte dos alimentos saqueados pode estar vencida.
O prefeito de Rosário, Hernes Binner, anunciou que doará mais de 20 mil cestas básicas.
"Os saques são consequência da aplicação sistemática de um plano econômico que castiga permanentemente a maioria dos argentinos", disse Binner.
No fim do governo de Raul Alfonsín, em 1989, os saques se tornaram rotineiros na Argentina. Mas, desde o final de seus governo, haviam se tornado raros.
Em Buenos Aires, a associação dos comerciantes voltou a realizar um "panelaço" hoje contra as medidas econômicas tomadas pelo governo. A restrição aos saques bancários sacrificou o comércio argentino, que chegou a registrar perda de vendas de até 80%.
"Como vou pagar o salário dos funcionários? Os mando embora?", perguntava Jorge Ocampo, dono de um restaurante no centro de Buenos Aires há mais de 12 anos.
"Nunca tive dias tão ruins nas vendas, nem no período da hiperinflação.""
A Frente Popular contra a Pobreza, uma ONG (organização não-governamental), organizou uma consulta popular sobre o desemprego. O movimento pede que o presidente Fernando de la Rúa aprove uma lei de seguro desemprego de US$ 380 para os chefes de família desempregados.
Mais de 2,5 milhões de argentinos já participaram da consulta, que começou no sábado. Os dirigentes da ONG querem levar o resultado da pesquisa ao governo ainda nesta semana.
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